Numinoso - VideoArt

 

   Em toda a história da humanidade a crença foi o ponto de partida para a evolução. Em cada lugar, em cada raça os seres criaram sua fonte de energia, seus deuses. 

   A mitologia, o folclore, as diversas religiões, as que ainda propagam e aquelas que ficaram para a história, nos torna medrosos, cautelosos. Mas ao mesmo tempo vemos beleza, atração e, por isso sentimos que carregamos algo divino conosco. 

   Existe um adjetivo que descreve essa sensação, Numinoso.

   Através de influências e inspirações, já citadas em um trabalho de minha autoria chamado Divindades, Tolkien foi um dos pioneiros a criar seu próprio universo, idioma e seres. E no decorrer das décadas outros autores foram se baseando na criação e inventaram seu próprio mundo.

   Joseph Campbell, um grande estudioso de mitologia, concluiu a lógica através de um livro e de um documentário. Chamado "O Poder do Mito", Campbell relata que na história da Terra, todas as gerações se basearam numa única história. Todas as mitologias carregam características semelhantes, a falsidade não quer dizer que seja um método para manipular a sociedade. Mas sim para podermos crescer espiritualmente através da fé.

    E não quer dizer que tudo passa de uma invenção. O poder divino existe, Deus está no universo. E qualquer tipo de crença é uma interpretação do que o ser humano sente. 

    Por traz de toda a leitura e estudo feito a partir dos autores citados acima, e na minha vivência de criar meu próprio mundo. Eis que surgiu Anidaf.

   O Video Art acima é uma alegoria da origem desse mundo. Uma fantástica fantasia da minha mente. Em outro contexto a origem pode ser lida através de um conto.

   "Dentro de um crepúsculo imenso, em um vazio que parecia solitário, um dos universos propôs uma união. Desta união haveria somente qualidades positivas, a vida e a luz.

   Mas Mésli, um dos universos mais antigos, disse que nessa união testes devem ocorrer, tais que poderia fazer-lhes muito mal. Mas só assim eles poderiam descobrir como melhorar e manter o equilíbrio dessa união.

   Irin aceitou os termos, mas com a condição de que essa evolução terá de ter um fim. Para que outras vidas possam surgir e passar pelo mesmo teste. 

   Sendo assim, Mésli instalou um ponto de luz entre ele e Irin, este jogou uma gota de sangue nesta luz.        

  Desta união uma semente se formou. Uma grande explosão dominou o vácuo por muito tempo, quando cessou, Mésli e Irin viram uma bela árvore nascer entre eles. E ela nasceu rápido demais em meio ao mar de sangue que se formou a sua volta. Suas folhas brilhavam vários tons de verde. Pareciam querer expelir algo. E no súbito silencio, luzes saiam das mãos das arvores e se espalhavam pelo mar vermelho como sementes em busca de germinar. 

   E aos poucos novas arvores nasciam e estas apenas recebiam a luz da primeira arvore, a arvore mãe. Era esta a luz que além da vida trazia consigo o mal também. Estas novas arvores ao receber a luz, que eram seus alimentos, retiravam o mal, em forma de sangue, jogando-o no mar. 

   O mar vermelho recebia de bom grado este sangue, e dava de presente para a arvore mãe em forma de luz. Para que possa ser usada como vida novamente.

   Assim começava um ciclo para a criação de um novo mundo."

Para entender o conto, é preciso que leia o livro Divindades, conhecerá a proposta de um mundo fantástico e quem sabe se apaixonar por esse outro universo...